Destruição do mundo como autodestruição – O que há „que pensar“ no seguimento de Walter Benjamin

Original: Herbert Böttcher, „Weltvernichtung als Selbstvernichtung – Was im Anschluss an Walter Benjamin ›zu denken‹ gibt“, in revista exit! nº 20, 2023, p. 159-207. Tradução de Boaventura Antunes (01/2025)

No processo de crise, a guerra está também a progredir da periferia para os centros capitalistas. Em combinação com os outros pontos quentes da crise, a guerra na Ucrânia e as reacções ocidentais têm o potencial de escalar para uma conflagração mundial. No seu texto „Destruição do mundo como autodestruição – O que há ‘que pensar’ no seguimento de Walter Benjamin“, Herbert Böttcher retoma análises de Robert Kurz em „A guerra de ordenamento mundial“. Aí ele tinha visto os processos de desintegração e as guerras que os acompanham em ligação com o vazio da forma capitalista de produção e reprodução, que caminha para a destruição do mundo e para a autodestruição. Recorrendo ao entendimento da história de Benjamin, em que o passado e o presente entram numa nova constelação perante as catástrofes como „momento de perigo“, Böttcher lança um olhar sobre a crise mundial que se está a agravar perigosamente em direcção à destruição do mundo e à autodestruição. Aqui Benjamin, ao abalançar-se à questão da totalidade como contexto de crise e de fetiche – ainda que de modo criticável como redutor – pode tornar-se um ponto de referência inspirador para a crítica da dissociação-valor. Contra a tendência de, face aos perigos, procurar apoio com orientação imanentemente regressiva na classe, na identidade, no interesse, na conspiração etc., Benjamin pode ser lido de tal modo que a ruptura com as relações fetichistas vigentes se torna reconhecível como pressuposto indispensável para uma perspectiva de salvação. (Apresentação do texto na exit! nº 20, 05/2023).

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